quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma aventura no coração de África… até ao mais profundo de nós mesmos.


Até Lá Abaixo
3 homens, 1 jipe e 150 dias de aventura em África
de Tiago Carrasco
Editor: Oficina do Livro
ISBN: 9789895557288


Sinopse:
Em 2010, o jornalista Tiago Carrasco e dois amigos, o fotógrafo João Henriques e o cameraman João Fontes, decidiram largar os seus empregos mal pagos e concretizar um velho sonho: atravessar o continente africano de automóvel. O pretexto que arranjaram foi o Mundial de Futebol, que se realizava em África pela primeira vez, mas a viagem seria muito mais do que um longo passeio destinado a celebrar o desporto mais popular do mundo - seria, sim, o maior desafio da vida destes três homens.

Este é o relato das emoções e das peripécias que Tiago Carrasco e os seus companheiros de estrada viveram ao longo desses 150 dias alucinantes, passados no deserto e na selva, em aldeias perdidas e nos bairros das lata de grandes cidades, em lugares vergados à pobreza e à violência e noutros onde a esperança subsiste apenas por milagre. Até Lá Abaixo descreve-nos esta epopeia de 30 mil quilómetros, de Marrocos à África do Sul, passando por 21 países, que é também uma viagem interior aos nossos medos e à nossa capacidade de superar as maiores contrariedades. Uma lição de sobrevivência. E uma aventura inesquecível.




Vivemos um momento na nossa vida económico-social em que expressões como “Geração à Rasca”, “precariedade”, “desânimo”, “desemprego” e “recibos verdes” tornaram-se, infelizmente, parte do vernáculo português. Este livro, nascido de tais circunstâncias, dá-nos a esperança de, no meio do nada, podermos encontrar uma resposta para as questões que nos tiram o sono.

Tiago Carrasco, jornalista, 28 anos, poderia ser o poster-child da supracitada Geração à
Rasca. Perseguindo o sonho de uma carreira na comunicação, lançou-se, esperançoso, no jornalismo. O trabalho, precário e a recibos verdes, não lhe trazia a estabilidade e segurança por que ansiava. O desânimo instalava-se, cada vez mais, e o desemprego era, muitas vezes, a sua realidade.
Numa dessas alturas juntou-se a dois amigos (o fotógrafo João Henriques e o cameraman João Fontes) e, sob o pretexto do Mundial de Futebol na África do Sul, decidiu embarcar numa aventura que iria, como mais tarde se provou, não só mudar os seus dias mas, também, as suas perspectivas de vida. Os três homens decidiram fazer em 150 dias, e num jipe, os 30 mil quilómetros que separam Marrocos do país anfitrião do Mundial, atravessando, pelo caminho, 21 países africanos.

O que começou por ser uma aventura (com a qual a maioria poderia sonhar mas nunca ousaria fazer) e uma fuga a uma realidade desgastante, acabou por se revelar uma viagem ao mais profundo de si mesmos, uma viagem de auto-conhecimento em que as prioridades foram pesadas e em que novas metas de vida se traçaram…

Às vezes, para bem avaliarmos a nossa vida, temos de nos afastar dela…

Recomendo este livro a todos os portugueses que anseiam por manter uma esperança no futuro.


sábado, 2 de julho de 2011

Ser mulher... no coração negro da guerra...


"As Mulheres dos Nazis"
de Anna Maria Sigmund
Editora: A Esfera dos Livros
ISBN: 978-989-626-306-5
EAN: 9789896263065



Sinopse:

 Adolf Hitler exercia um enorme fascínio sobre as mulheres. Emocionadas, com lágrimas nos olhos, eram as protagonistas de uma autêntica histeria de massas em eventos públicos onde aquele discursava. As senhoras da sociedade alemã de então também o admiravam e abriram-lhe o caminho para o sucesso. Mulheres como Hanna Reitsch, Leni Riefenstahl e Winifred Wagner elevaram a fama do seu ídolo. Geli Raubal, a sobrinha de Hitler, cometeu suicídio por sua causa e Eva Braun seguiu-o até à morte. Quem eram as mulheres dos oficiais de Hitler? Como viveram? Qual foi o seu papel na vida oficial, e nos bastidores? O que sentiu Magda Goebbels quando assassinou os seus seis filhos em 1945? Como lidavam Carin e Emmy Göring com o vício de morfina do seu marido? Como encarou Henriette von Schirach a decisão do seu marido de deportar 60 mil judeus de Viena? Corresponderam Unity Mitford e outras mulheres envolvidas no círculo nebuloso da elite do Partido Nacional-Socialista ao ideal que se propagava: «O homem cuida do povo e a mulher da família?» A historiadora Anna Maria Sigmund responde a estas e outras questões, numa obra fascinante e original sobre o lado feminino do Terceiro Reich.



Foi com uma curiosidade aguçada que me debrucei sobre este livro.  Via, na sua leitura, a possibilidade de perceber como seria, para uma mulher, viver no meio do regime nazi, com todas as suas atrocidades, e conseguir levar a vida sabendo-se rodeada de tanta dor e tanta morte.  Claro que não sou ingénua ao ponto de pensar que a crueldade e a malvadez são caracteristicas exclusivas do chamado sexo forte, e bem sei que sempre houve, e sempre haverá, mulheres para quem o poder é o melhor dos afrodisíacos...  mas, ainda assim, e para mais sabendo que o papel da mulher no Terceiro Reich era o da matrona que, apoiando o marido, servia ainda de exemplo à prole e à sociedade, fazia-me muita confusão pensar em como essas mulheres conseguiam consiliar dois aspectos tão díspares da sua personalidade.

Pois bem...  Algumas não tinham qualquer problema em fazê-lo, gozando do seu status às custas de um preço demasiado alto a pagar por terceiros.  Outras havia, no entanto, que, aparentemente, estavam, pura e simplesmente, cegas ao que as rodeava.

Se, num prato da balança, encontramos mulheres como Magda Goebbels que, tendo sido criada por um padrasto judeu e amante de um outro, renunciou de bom grado a tudo e aceitou casar-se com Joseph Goebbels principalmente para estar próxima de Hitler, que idolatrava (um dos pontos em comum que tinha com o marido), ao serviço de quem colocou a casa que ganhara aquando do divórcio do primeiro casamento para que o Fuhrer podesse fazer as suas reuniões em local seguro; no outro prato temos, por exemplo, Emmy Göring, segunda esposa de Hermann Göring, ex-actriz, que pouco lidava com o líder nazi e que, com a sua influência junto ao marido, chegou a ajudar colegas actores de origem judia, a quem, aparentemente, recebia na sua casa.

Em comum, todas tinham o facto de viverem completamente abstraídas do que se passava a seu redor...  quer por escolha ou (possível) ingenuidade.  Fausto, riqueza e fartura faziam parte do seu quotidiano.  A dor só a conheceram no final, com o desmembramento do Terceiro Reich e o julgamento (ou suicídio) dos maridos e delas próprias.  Alegando ignorância pediram a clemência que os nazis não demonstraram durante o seu "reinado".

O livro é super interessante e faz-nos o retrato de oito "esposas-nazi"...

No final, continuo com dúvidas...

Nao acredito que alguém possa ter vivido no centro da filosofia nazi e não se ter dado conta no meio do quê estava a viver...  Ninguém é assim tão ingénuou ou distraído...


Nota 3

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Morte dos Livros?



Um dos requesitos para se trabalhar numa livraria é tentar estar-se sempre a par das novidades...  Mesmo das que não se gosta...  Uma das novidades é o download de livros para o Kindle ou para o IPad...
O meu chefe já por várias vezes me confidenciou o seu receio de que estas novidades tecnológicas possam colocar em perigo o nosso papel de livreiros...  que nos torne obsoletos.

Tenho de admitir que compreendo a sua preocupação...  em parte.
Vivemos numa sociedade de novas tecnologias, em que os gadgets são cada vez mais cobiçados e em que a imagem vale ouro...
Mas...
Sou incapaz de me ver a ler obras de outra forma que não em formato de livro...  Nem gosto de ler por fotocópias (maneira como sobrevivi muitas vezes nos anos de estudante).  Para mim não há nada melhor que poder folhear as páginas de um livro...  passar os dedos na superfície ligeiramente àspera das folhas, perdermo-nos na teia das fibras que as compõem...  ter a sorte de ler um livro antigo, com as suas folhas amarelecidas e cheiro adocicado...  poder olhar para um quarto forrado a livros, não há melhor decoração, mais viva, mais bela... 

Para mim um livro não é só um livro, é um objecto de arte, de decoração, de culto... 

Não me imagino a viver num Mundo sem livros...

Só espero, para o bem dos livreiros e das livrarias, que a maioria das pessoas concorde comigo...